Se estivesse viva, Eva Wilma completaria 92 anos neste domingo, 14 de dezembro, uma data que marca a lembrança de uma das maiores ícones da teledramaturgia brasileira. A atriz, que faleceu precocemente em 2021, deixou um legado artístico inigualável, com personagens inesquecíveis e uma carreira que atravessou mais de seis décadas no teatro, no cinema e na televisão. Nascida em São Paulo, em 1933, Eva iniciou sua trajetória artística ainda adolescente como bailarina clássica, chegando a integrar importantes companhias de dança, até que o talento a levou para os palcos e, em 1952, para a televisão, onde se tornaria um dos rostos mais populares da era pioneira da TV brasileira.

    Na antiga TV Tupi e na Record, Eva protagonizou sucessos como Alô, Doçura!, série que entrou para o Guinness Book como uma das mais longas da televisão nacional, além de brilhar em papéis marcantes, como as gêmeas Ruth e Raquel em Mulheres de Areia, Diná na primeira versão de A Viagem, e vilãs icônicas como Maria Altiva, de A Indomada. Em 1980, passou a integrar o elenco da Globo, onde consolidou seu prestígio com personagens que transitavam entre o drama, o humor e a vilania, até seu último trabalho na TV em O Tempo Não Para, em 2018. A atriz também teve uma trajetória intensa no cinema e no teatro, acumulando prêmios no Brasil e no exterior, mesmo com problemas de saúde nos últimos anos, seguiu ativa até perto do fim, quando chegou a ensaiar e gravar vozes para um filme enquanto estava internada.

    A despedida de Eva Wilma surpreendeu o público, diagnosticada com câncer no ovário no dia 7 de maio de 2021, morreu apenas oito dias depois, em 15 de maio, aos 87 anos, vítima de insuficiência respiratória causada pela disseminação da doença, após já ter enfrentado uma embolia pulmonar em 2016 e internações em 2021 por pneumonia e problemas cardíacos e renais. Além do legado artístico, Eva deixou dois filhos que seguem ligados às artes, Vivien Buckup, que atua como preparadora de elenco, diretora de teatro e também já trabalhou como bailarina e coreógrafa, e John Herbert Jr., músico, cantor e compositor, além de parceiro da mãe em projetos nos palcos. John costuma prestar homenagens à atriz nas redes sociais, falando sobre a ausência e a permanência simbólica da mãe, expressando a saudade como um amor que permanece.

    A saudade de Eva Wilma permanece viva não apenas nos corações de seus filhos, mas de todos que acompanharam sua carreira e foram tocados por seus personagens. Sua contribuição para a teledramaturgia brasileira é inegável, e sua capacidade de interpretar papéis tão variados e complexos a tornou uma das maiores atrizes do país. Mesmo após sua partida, o legado de Eva Wilma continua a inspirar novas gerações de artistas e a entreter os que cresceram assistindo a seus trabalhos, um testemunho da força e da beleza de sua arte, que transcendem o tempo e continuam a ser apreciados por todos que a conhecem.