A Globo, em celebração de seus 60 anos de transmissão, lançou o remake da novela Vale Tudo, uma esperança ambiciosa para o aniversário, mas que terminou em decepção. O remake, que pretendia ser uma vitrine do poder de seus folhetins, tornou-se um testemunho das limitações dos remakes em uma era de consumo rápido das redes sociais. O burburinho cresceu não apenas por comparações entre o original e a adaptação, mas devido a problemas de narrativa e inconsistências que ultrapassaram a barreira da memória afetiva. Até hoje, o remake é lembrado por ser “saco de pancadas” e viver de memes, com o elenco sendo a linha de frente que tentou manter a ponta.
Apesar de ser uma tentativa de reviver um clássico de 1988, o remake de Vale Tudo marcou a teledramaturgia recente como um dos principais testes de resistência. A emissora queria capitalizar o pacote de comemorações dos 60 anos e mostrar seu poder de contar histórias através dos folhetins. O remek, porém, perdeu a direção, acumulando furos e situações forçadas, mostrando a importância da coerência narrativa para evitar a rejeição crescente dos espectadores. Alguns personagens mudaram de função para compensar a história, o que gerou críticas das mídias sociais e imprensa. Mesmo que muitos considerassem o remake inadequado, muitos assistiram, levando a uma avalanche de comentários na web.
O clima nas redes sociais foi um capítulo à parte, tornando-se uma sensação diária com memes dos personagens e, sobretudo, de Odete Roitman (Debora Bloch), que, segundo a autora original das personagens, Manuela Dias, se tornou a única figura bem-sucedida na trama. A rede social se tornou um espaço para discutir o programa, que, em certos momentos, era um “relacionamento tóxico”. O remake gerou uma discussão que a Globo não pode ignorar, mostrando como mesmo um produto inadequado pode gerar uma onda de comentários.
O campo artístico foi o segmento que mais seguiu em frente, com a atuação de Debora Bloch sendo um destaque no programa. Ela conseguiu reviver a Odete Roitman de uma forma única e, por isso, ficou como o único sucesso do remek, deixando um legado de como uma adaptação mal-sucedida pode se transformar em algo inesquecível, como um sinal de alerta às produções de TV e de filmes em potencial que não perca a oportunidade de mostrar a arte da boa atuação do ator e da atuação da atriz.